segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Rejeição

"Não! Definitivamente não é fácil se sentir rejeitado(a) por alguém que se ama. Pior é viver na expectativa de mudança, preso a um fio desgastado de nylon, na beira do precipício. É mais ou menos isso! Você sabe que não há o que mudar, mas se mantém por perto caso haja um sinal de fumaça vindo em sua direção.
Mas diante de tanto desprezo, por que ainda alimenta esperança? Onde está o seu amor próprio? Sim, você vai dizer: - É fácil falar! É claro que é fácil dissertar teses de autoajuda quando o sentimento não nos toca. Sentir-se rejeitado(a) faz da pessoa alguém menor, em segundo plano, com a sensação de derrota frente a uma situação em que nada se pode fazer. Cabe ao outro a decisão, o veredicto, o "fique" ou o "vá embora". É cruel demais sentir-se impotente. Você se pergunta: - Onde foi que eu errei?
Não houve erro, mas equívoco por parte da outra pessoa. É provável que só agora ela tenha se tocado de que você não é exatamente aquilo que ela esperava, ou era mais do que ela esperava. Quem pode saber o que o outro sente de fato? Na verdade, tateamos as emoções aos poucos, no decorrer dos dias, à medida que vamos conhecendo aquele ser que ali está, com diferenças e singularidades, com características convergentes e dessemelhanças insuportáveis. Mas como se apaixona por alguém errado? Não é uma escolha, é questão de química, de pele, de emoção, de atração, não há explicação lógica para as nossas escolhas sentimentais.
O que fazer então? O caldo já entornou e você está arrasado, olhando para o teto para ver se ele desaba. Não! Não vai adiantar ensimesmar-se, compadecer-se de si mesmo. É preciso, primeiramente, fazer cair a ficha, aceitar o fim do relacionamento e não esperar mais nenhum capítulo dessa história. Feito isso, é começar a se desfazer de cada detalhe que o coloque para baixo, que lhe traga lembranças ruins. Tudo bem, eu entendo, demora um pouco para assimilar o fato. Eu espero! Mas lembre-se: o fato é que você se apaixonou por alguém que não lhe quer mais, fantasiou demais, envolveu-se demais, entregou-se de corpo e alma.
E ele(a)? Sim, até lhe deu uma bolinha, mas VOCÊ não é o tipo de recheio que ele(a) mais aprecia, o perfume que lhe agrada, tampouco a música que mais gosta de ouvir... Então, o que lhe resta? Chorar alguns litros de lágrimas? Nem choro nem vela! Quem lhe disse que as coisas mudam? É pura perda de tempo ficar esperando que ele(a) se compadeça das suas lágrimas sofridas e venha correndo para os seus braços chamando-o(a) de "amor da minha vida". Ele(a) não fará isso. O tempo corre, voa, as coisas acontecem em fração de segundos e não espera por você na esquina até que alcance o bonde.
Rejeição! Que palavra feia! Tire isso da sua mente, olhe-se no espelho, veja quem você é. Está vendo? Uma pessoa que merece sorrir, sair para o mundo, rodopiar no parque de diversões e até ostentar um "quezinho" de arrogância, tipo "eu sou mais eu" quando o vir passar. Deixe livre o seu caminho, quem sabe para um outro envolvimento. Veja: enquanto você lê esse texto, o mundo está acontecendo, e, se esse filme não teve um final feliz; pegue outro na locadora, preferivelmente de comédia, pois se a paixão é ilusória e dói o peito, o humor dói a barriga, mas é de tanto rir, não é mesmo? "

Luciana P.
Je suis ici pour vous attendre! Encore et toujours!

Para pensar

"A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás."

[Caio Fernando Abreu]

domingo, 30 de outubro de 2011

É só o amor

"Agora vejo em parte,
mas então, veremos face a face..."

Acho que começo a concordar com este versículo bíblico. Ainda não enxergo bem as coisas que gostaria que fossem nítidas, todavia, o tempo (senhor da verdade), mostrará o que hoje me é oculto.
Muitos acontecimentos, atitudes, gestos e palavras já se tornaram compreensíveis. Restam algumas lacunas, clamando por preenchimentos.
Admito que não entender certas ocorrências é uma das coisas que mais gera angústia em meu coração. Talvez, seja esse meu aprendizado mais caro, saber esperar, resignar-me com minhas incapacidades cognitivas, aceitar minha atualidade. Fico obstinadamente, querendo solucionar todas minhas equações interiores, quando não consigo, sinto um cansaço enorme, pois depreendo energia insondável nessa tarefa por vezes, idiotizante.
Estou convencida de que preciso mudar, e estou me esforçando neste sentido.
Resta sempre a convicção naquilo que está escrito: "É só o amor que conhece o que é verdade!!!"
Que venha, pois, a minha verdade!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

Mesmo quando o sol apresenta sua face, há uma impertinência sombria em mim. Ainda que o corpo exulte e meu rosto mostre um sorriso, cá dentro algo está procurando por acomodação.
Olho para minhas pernas, admiro meus dedos tortos e me enxergo gauche como meu poeta preferido.
Sinto-me confortável em meu desconforto, então.
Os adolescentes estão todos sentados, me olhando. Esperam que os traga a verdade do dia de amanhã, que os leve a compreender o que ainda lhes é confuso, oculto, melhor dizendo.
Tudo que digo soa estranho, pois estou descolada de mim. Meu títere é quem tomou a palavra.
Acaba a aula. A marionete volta à sua caixa.
Amanhã, outro espetáculo, espetando meus nervos!

O ciclo

Eu perguntei qual motivo? Esperei pela resposta.
A resposta veio sob forma inesperada, revestida de outros sentidos, em nova embalagem.
A embalagem não era colorida e o embrulho não despertava meu interesse.
Meu interesse muda a todo instante.
Os instantes passam muito rápido.
A rapidez consome a profundidade.
A profundidade traga o fortuito.
O fortuito não sobrevive a rotina.
A rotina destroi as possibilidades.
As possibilidades diminuem conforme seguem nossos dias.
Nossos dias nos aproximam da morte.
A morte é uma estrada desconhecida.
O desconhecido um dia será conhecido.
O conhecido tornou-se estranho.
Os estranhamentos criaram a distância.
As distâncias aumentam e diminuem conforme nossas almas empatizam.
A empatia é uma questão de querer, e querer é o primeiro passo para amar.
Amar encerra a luta entre emoção e razão. Emoção é do coração, coração é sentimento. Razão é tentativa e tentar é lutar.
Lutar é embate, debate.
Eu me debato entre viver, ser, querer e amar.

Gravuras

Às vezes, também compartilho por aqui gravuras, telas, músicas e outras formas de arte que de alguma forma, chamam minha atenção. Segue esta ilustração, que além de achar belíssima, ainda traz o detalhe dos bichanos a comporem toda a formosura!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O universo não é uma idéia minha...

O Universo não é uma ideia minha.
A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha ideia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso 
  
Alberto Caeiro
(heterônimo de Fernando Pessoa)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Les fantômes

Quando a gente pensa que eles se foram, surpreendentemente reaparecem. Não tem mandinga que os afaste! Quem? Os fantasmas!
Os fantasmas existem, podem não se materializar em nossa frente, mas permeiam nosso cotidiano.
Cada vez que tentamos mudar, cada "guinada de vida" para outro lado, e lá estão eles...Surgem repentinamente do calabouço de nossas almas, sufocados em nossas mazelas, habitantes indesejáveis de nossas lembranças!!
Os fantasmas tentam nos assombrar, destruir nossas metas, minar nossas esperanças, cabe a nós o "exorcismo" adequado. Queimar os resquícios de um passado desastroso é uma ideia por mim preconizada.
Nada como uma fogueirinha santa para deletar de vez os intrusos do nosso momento novo. O fogo faz arder o amontoado de erros passados, as chamas brilham quando consomem os equívocos. Melhor de tudo: seu brilho anuncia o fim de um período de medo e prenuncia o início de um tempo de paz!
Que venha o próximo dia! Com luz, brilho e calor. Mas nada em demasia!

Mentir para quê?

Já escrevi sobre a mentira neste espaço. A abordagem foi um pouco diferente da que pretendo fazer agora.
Manifestei ,outrora, bem mais indignação (por assim dizer) com as patranhas, do que com os efeitos propriamente ditos das mesmas na vida de cada um de nós.
Realmente, acho que o ato de mentir só dificulta as coisas. Quase sempre, quando o indivíduo engana, está tentando se ver livre de alguma situação que está complicada ou gerará embaraços para ele. Ocorre que ludibriar frequentemente aumenta o problema. Cria-se uma mentira para encobrir outra e os efeitos são de uma avalanche. Viver, neste caso, torna-se um ato perigoso, necessitando-se de uma sagacidade fora dos padrões. O sujeito se transforma em uma enguia de seus próprios dizeres. Contornando sua fala  aqui, escorregando ali...cuidando acolá... O desgaste é enorme, as energias dispensadas para "manter" uma falácia são volumosas.
Ao final, se fizermos um balanço com base em nossas perdas e ganhos , veremos que nosso saldo, via de regra, será negativo, ou seja, mentir não vale a pena. Foi o que depreendi ao longo destes meus trinta e sete anos de existência.
A verdade pode até momentaneamente ser embaraçosa, mas ainda aposto nela. É soberana, não requer artimanhas, se mantém no tempo infinitamente...
Gosto de me sentir leve, de não debitar nada na extensa folha de razonetes da vida. Aprecio a lineariedade de atitutes, sejam minhas ou de quem me cerca. Não deslizo em meus dizeres. Minha formação discursiva pode se alterar, mas meu interdicurso tem mais constância, é mais amplo e nele todos meus dizeres se encontram, se abrigam. Aff, obrigada AD, por me fazer um sujeito discursivo diferente, cheio de falhas, mas com opacidade suficiente para sustentar meus discursos!

A culpa é DELES?...

Nunca enxerguei as dicotomias com bons olhos. Davam-me a impressão de circunscrição mais que de amplitude nos pontos de vista. Todavia, ultimamente venho de maneira gradual reanalisando meus pensares.
Acho mesmo que precisamos de limites, demarcações, precisamos de sítios para nossas personalidades. Ambivalências "sem freios, destinos ou direções" podem causar demasiada dor. Óbvio que nem todas as pessoas sentem e pensam da mesma maneira, mas sabe aquela observação já por mim postada de fazer o possível e o impossível para não ser arbitrária?! Pois é, se não aceitamos "outros viveres", se não os consentimos, também estamos empobrecendo, ao nosso modo, a humanidade. Não é humano e tão pouco humanitário este proceder. Há de se respeitar quem optou pela aparente "mesmice". Notem: aparente!
Se não me arvoro à detentora da palavra (hermetizada em seu suposto sentido), não posso também, julgar e colocar placas nas pessoas.
Há algum tempo, passei por uma situação bem difícil. Tive uma crise de identidade, e  muito culpei outrem por tal situação. Mais tarde, me dei conta de que tudo que ocorreu, ocorre ou ocorrerá em minha vida, só assim acontece se tiver meu consentimento, isto é, minha aceitação.
Parei de impetrar sentimentos, enxerguei meus escorregões individualistas e pude reiniciar, certa de que agora não delego a mais ninguém o que só a mim pertence, MINHA VIDA.
Finalizando: não são meus pais, meu chefe ou simplesmente meu sexo oponente - o homem - que me trazem algum tipo de infelicidade. Sou eu que me permito assim ser, estar e permanecer. Posso mudar quando quiser. É o que tenho feito.
Não, para mim, os homens não são minha mochila de infortúnios!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A sensação Danii - Vou sonhar que esta sou eu - narrada e lirilizada tanto quanto...

Quando eu acordo ela já está cutucando o dia, encostada no travesseiro dobrado, apoiado na cabeceira da cama. Ela larga o notebook e olha pro meu rosto buscando qualquer expressão, sem notar que eu abri os olhos e voltei a dormir, depois de avaliar alguns segundos se havia sono. A verdade é que talvez ela já tenha desvendado este meu pequeno segredo de nossa rotina: o de disfarçar ao despertar para dormir novamente. Mas não o que ainda estou por revelar: o quanto um homem se torna feliz por este simples instante. É  lúcida representação do amor estável, que não falha quando você se distrai, tropeça ou descansa, pelo fato ingênuo de, pacientemente, o aguardar despertar. Sensação de quem te aconchega, e o suprime com um alimento da felicidade de alguns segundos, matando de fome qualquer tristeza no início de um dia. Um extermínio à solidão de qualquer homem. Acho que isso sintetiza o sentimento que há tempos tento transcrever em um "novo Danii". Este ínfimo intervalo do nosso convívio. Quando tentei escrever para ela pela primeira vez, eu me lembro de ter buscado uma definição e acabei mudando a prosa e caindo em segunda pessoa, uma pena. Esta é a minha estréia em terceira. É diferente de tudo que fiz e um pouco mais atrevido: já fui motivador, um apaixonado declarado, pescador de translações que caibam no nosso afeto jovem, sabiamente tolo, com detalhes só nossos. Hoje, neste instante, sou simplesmente um narrador de Danii. E definir Danii não é como descrever afeição, semblante e expressão, ou delinear nestas letras de forma as suas fórmulas que me agradam e deduzem por completo a minha equação. É justamente o oposto. É, em vez disso, [acreditem] falar mais de mim, do que dela mesma: vejam que incoerência de terminações. Não é a pessoa Danii, mas a sensação Danii que eu estou me referindo. É como tentar definir uma alegria minha em olhar para frente, fazer planos em papel de presentes a cada dia três do mês, nosso momentos, agrados, minha maneira secreta de chamá-la, sonhos meio extrovertidos transcritos em palavras no meu blog, ansiando a aprovação dela nos minutos seguintes. É apenas e completamente isso. Eu podia ficar aqui tentando escrever diversas sentidos implícitos bonitos para definir quem ela é, inspirar metáforas em autores e analogias leves, como suas mãos me tocando ao acordar. Mas esse texto não é para exibir seus detalhes íntimos, ou expor sua aparência que pertence só a mim. Isso aqui é só para resumir este intervalo trivial, enquanto durmo, idealizando a sua companhia premeditada, todas vezes em que eu sacio sua espera e abro os olhos, em nossas manhãs únicas, intermináveis. Danii é o nome que eu dou a minha alegria com meu próprio futuro. 

Fernando Palma
http://fernandopalma.blogspot.com/p/somente-pequenos-textos.html

Anotações diárias

Meu dia não foi dos melhores hoje. Algumas coisas não saíram conforme o esperado, são frustrações comuns do cotidiano. Claro que não vou cortar os pulsos por causa destes prosaicos motivos, mas é bem complicado sorrir, às vezes. No entanto, ainda bem que amanhã será outro dia. Mudam as perspectivas e, provavelmente, meu humor também mude.
Há a proximidade do final de semana, o tempo maior para descansar (ainda não consegui reorganizar meu ritmo, nem colocar meu sono em dia), os passeios... É bem como dizia Brecht: "Tudo muda, começar de novo, tu podes com um último alento". Nestas horas, estes versos sempre ecoam na minh'alma.
A vida é assim mesmo...Num instante tudo está péssimo, mas os "bouleversements" nunca cessam, e isso me dá esperança, faz com que continue a me mover.
Aujourd'hui, il pleut, cependant, demain, il fait beau!
L'existence c'est une action, un choix, nous sommes condamné à la liberté!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A beleza do olhar

Qual a beleza de um olhar? Através de um conjunto de fotografias macro, podemos admirar a verdadeira beleza e complexidade do olho humano. O padrão aparentemente simples e uniforme, quando observado mais de perto, transforma-se e revela-nos uma complexidade de cores e formatos verdadeiramente extraordinários.
Qual o olhar que mais o seduz?


Da série: mes bouleversements II

Sem explicações maiores, ondas de nostalgia começaram subitamente a atravessar meu íntimo. Coloquei o MP3 e deixei que Chopin tomasse as rédeas do festival da saudade.
E as lembranças foram aos poucos se somando. Primeiro meus vinte anos, minha doçuras, crendices e ilusões. Depois a proximidade com o "período balzaquiano", o descompasso com tudo que me cercava, vazia de ilusões, em busca de maiores sentidos para minha existência.
Então, uma claridade tímida penetra a janela de minha alma, me sinto viva quase que por milagre. Paira a benção do existir e do amor, no meu caso, quase sinonímios.
Porém, a vida é composta de ciclos, e repentinamente a chuva chega, e chove dentro de mim, uma inundação tão grande que verte água dos meus olhos. Meus soluços são o ar entrecortado pelas dores. Mas a eternidade por sorte é apenas um conceito no mundo dos humanos. Logo os ventos começam a soprar, e meus suspiros trazem com eles o sopro da vida, da pungência e da própria urgência da vida.
E secam as poças, florescem as margaridas. A nautureza entoa seu canto, em mim surgem novos encantos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Só me deixem viver!

Não, eu não quero convencer ninguém a respeito de minhas crenças pessoais. Não ando com o dedo apontado para as pessoas como se fosse dona da verdade (e como se esta fosse unívoca em sentido). Procuro não criar celeumas sobre questões que a meu ver são menores. Reitero quantas vezes preciso for, que não me interessa "doutrinar" os que me cercam.
Creio na existência de um LUGAR de cada sujeito neste nosso universo. Não nego minhas interpelações ideológicas, mas não as "empurro" goelas abaixo daqueles que comigo convivem. Se não concordo, digo apenas que não concordo. Não advém daí nenhum resquício de raiva ou mágoa. Deixo que sigam seus preceitos.
Talvez, uma via que tome diante dos diferentes posicionamentos humanos, seja a de unir-me aos que semelhantemente a mim vivem. Não recuo diante das mudanças, pois aprendi que elas acrescentam muito mais do que podem me levar ao sofrimento. Entretanto, minhas mudanças são só minhas, e não as imponho a ninguém.
O respeito e ausência de rancor são algumas das características que mais aprecio em mim mesma. E assim pretendo continuar.
Bem calminha em meu quadradinho, esperando que nenhum mar de ressentimento,  recalque e assemelhados adentrem meu espaço. Já estará de bom tamanho, com o perdão do trocadilho um tanto infame rsrsrsrsrs!

sábado, 15 de outubro de 2011

Sou amiga. Se fui uma vez tua amiga, pra sempre hei de ser....

"DESEJOS" ou "OS VOTOS"
Sérgio Jockymann
Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, também seja amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.
Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que essa tolerância, não se transform em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
E é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo, nem em um mês e muito menos numa semana,
Mas apenas por um dia. Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes,
E que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimento um cão e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer
triunfante o seu canto matinal;
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
"Isso é meu". Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,
não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você,
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo, por fim, que sendo mulher, você tenha um bom homem,
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que
quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor para recomeçar. 
E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre o amor - Ferreira Gullar


Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.

Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.

O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.

Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventura sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.

Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.

Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda­roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar­se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.

E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!...

Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.

Novos amigos

Meus companheiros diários, os livros, têm mudado bastante de uns meses para cá. Ao invés de leituras técnicas restritas a minha área de estudo, agora tenho procurado aprender mais sobre mim.
Com isso, alguns autores novos tem surgido em minha estante, debaixo de meu travesseiro, na minha bolsa, criado-mudo e por aí vai...
Ontem adentrei o universo de Deepak Chopra. Já havia ouvido falar dele. Até o presente instante sua leitura tem me parecido agradável, todavia, requer alguns conceitos Jung mais bem estudados de minha parte. Semana que vem, debutarei nas leituras do Dalai Lama. É esperar pra ver, ou melhor, pra ler, conhecer e entender...
Como disse: E segue o barco, com a Dani dentro.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Da série: mes bouleversements


Eu sou meio estranha...Há dias em que nada me dá mais prazer do que ficar só, calada, pensando em tudo. Hoje me sentei no degrau da porta aqui de casa, e passei longos momentos só refletindo.
Não contei no relógio quanto tempo durou minha reclusão meditativa, entretanto, foi suficiente para fazer surgir inúmeros questionamentos novos. De posse de novas indagações, irei necessitar de mais tempo de introspecção. E desta maneira transcorrem os dias em minha vida.
Antes, não percebia que a urgência de instantes só meus fossem tantos e tão freqüentes. Contudo, depois dos acontecimentos dos últimos meses, meu idílio intelectual tem se intensificado.
Primeiro, um abalo praticamente sísmico no meu coração, depois meus limites geográficos foram questionados, agora valores éticos postos à prova. Ufa!!! Não há como não parar e reestruturar suas convicções diante de tantas mudanças.
Em meio às perguntas, algumas respostas já pude depreender.
Sou mais flexível do que imaginava. Entendo mais do que pensava entender, por conseguinte, compreendo mais do que supunha compreender.
Posso perdoar e amar com menos limitações que a maioria das pessoas, e tais inferências são extraídas de minhas análises de outros seres que comigo conviveram ou convivem.
Entrementes, decisões sérias tomei: não deixo meu estado nem minha cidade sob hipótese nenhuma. Tudo que mais amo e prezo está neste pago. Daqui ninguém me tira!
Descobri também (ainda que um pouco tarde) que a profissão por mim escolhida, é de fato aquela que exercerei pelo resto de meus dias. Amo o ofício de dar aula. Estou convencida disto. Poderei até me dedicar a outras carreiras paralelas, se tempo e saúde me sobrarem, mas ser professora será sempre meu “status quo”.
As partes negativas advindas dos momentos meditabundos me assinalaram que sou meio presunçosa, às vezes. Possuo paradoxos neuróticos, em que oscilo de insegurança lacônica ao exibicionismo verborrágico. Fazer o que... Ninguém é perfeito! Preciso aceitar meus defeitos, procurar melhorar o que puder e viver sem muita culpa.
Até aqui o exercício ainda se encontra sob forma de esboço. Bastante primitiva minha análise e cheia de lugares-comuns, eu sei.
Mas aposto no burilamento, que só o esforço, o treino, e o tempo conferem aos que se dedicam nesta árdua tarefa.
É pensar, formular, constatar, escrever e ler!

Os ombros suportam o mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 9 de outubro de 2011

Pai

É estranho, mas pouquíssimas vezes lembro de relatar algo sobre meu pai, seja falando ou por escrito. Talvez por ter perdido contato com ele muito cedo. Nossa troca acabou de repente, seus olhares muito diferentes dos meus fizeram com que a distância entre nós se tornasse impossível de ser encurtada.
Não é consciente o esquecimento de meu pai em minha vida, ele está presente em todos os meus dias, porém, é como se não existisse. Não consigo nem sequer dizer que o amo. Tudo que a ele se relaciona é vago, enevoado e confuso para mim. Mas acho que gosto muito dele, apesar de todas estas constatações.
Durante um tempo considerável eu o odiei. Atualmente, tenho pena. Ele já não é mais grande, não é mais tão falante, não é tão sofisticado...Acho que o pai que eu gostei morreu faz muito! Entretanto, sinto que ainda posso amar aquele homenzinho frágil, enrrugado e careca.
E foi motivada por esta doçura que hoje, quando a tempestade se avizinhava, me sentei a seu lado. Ele estava em sua pequena cadeira, sentado em frente à porta que aberta deixava ver tudo e nada. Estava ali, olhando para o nada, pensando em nada, falando nada. De conjunto nadifiquei a seu lado por alguns momentos. Pensei que não conhecia ao certo aquele homem, mas afinal de contas, por contribuição sua eu existia. Permaneci calada. Ele também. Depois, me levantei, toquei em seu ombro e ele repondeu apenas com um leve meneio de cabeça. Nada mais.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Que dia é hoje?

Acordei sem saber onde estava e nem que dia era hoje. Pisei no chão, e foi como se o que houvesse debaixo de meus pés não fosse resistente suficiente para me segurar de pé. Passei as mãos no rosto e não reconheci minha pele, meu cheiro não era familiar. Virei para trás e olhei para a cama em que havia dormido e me senti em local completamente desconhecido.Mais alguns passos e no espelho, não reconheci a imagem refletida. O que estaria acontecendo?
Dentro de mim, uma sensação de descolamento, talvez o vocábulo que  melhor expressasse fosse a palavra rompimento. Entretanto, não era como se eu estivesse perdida, tudo consistia tão somente em uma experiência diferente. Com se toda a vida que se iniciava no dia de hoje fosse surpreendentemente nova. O gole do café como outro sabor, a roupa vestida com outra textura, a mãe olhando como mais ternura. Até meu pai e sua harmônica soaram novos nesta manhã.
Quanto tempo aqui? Preciso aproveitar tudo...as pessoas, a vida, as bençãos...tudo.
Será que amanhã não vou me perder? Será que vou continuar sentindo o que sinto hoje?
Não tenho respostas nem para o minuto posterior a este que escrevo, então qual seria o motivo de querer saber o que acontecerá amanhã, na semana que vem ou no próximo ano?
Vou fruir...Do sorriso da minha sobrinha, do som da harmônica de meu pai, da amizade da Patrícia e nossos mais de vinte anos de caminhada pelas estradas às vezes tortuosas da vida, da amizade ainda virtual do Nilton, dos conselhos da Sueli, tão longe e sempre tão sábia, da afetuosidade da Keila e sua generosidade ilimitada, da beleza das orquídeas florescendo em meu jardim plantadas há tanto tempo atrás por minha querida avó. Ela se foi, mas seus pedaços floridos, floreiam e florescem a cada primavera. Quanto tempo tenho? Já não importa...Vou curtir tudo que posso. Vou dar muitas "curtidas" em meus amigos facebookianos, escrever emails cálidos aos que amo. Preciso que saibam o quanto importam pra mim.
Certa vez li em um livrinho de versos prosaico uma frase que guardei para sempre comigo. Dizia: "O orgulho é a ferragem da alma e o entulho do coração". É bem simples, e como tudo que é genuinamente singelo, também é sábio. Não quero orgulho, ele me amarra, me contém, me prende em um lugar onde não posso viver e desfrutar de quem sou e nem de quem são estas pessoas maravilhosas que me rodeiam.
Pra você que lê este texto, desejo luz, amor. Sou grata! De alguma forma, aqui chegaste e chegaste mais perto de mim. Obrigada pela proximidade, pelo calor que emanas, por ser tão humano quanto eu para ler estes excertos.
Vou aproveitar.Aproveite tb! De mim, de você, da vida!