terça-feira, 30 de novembro de 2010

Angústia

Desde ontem sinto um desespero querer apoderar-se de mim. Vontade de gritar, bater-me contra as paredes, sufocar , chorar, rir, pular, morrer.
Não sei o que fazer comigo. Não tenho noção de onde me levar, não sei até onde eu posso ir. Tudo semelha infinito e ao mesmo tempo existe uma restrição que me atordoa, me enlouquece. Vejo as portas do sanatório trancarem-se uma após outra, e eu ali, completamente inerte, sem nehuma condição de mudança.
Falei neste espaço inúmeras vezes em mudança, transformação, contudo, descobri estar presa. A corda que cerra meus punhos e machuca minhas articulações é invisível. Aos olhos humanos ela parece correta, boa, NORMAL. Entretanto, eu não posso me mexer, e se me mexesse, talvez fizesse coisas embaraçosas. E agora???
O que eu faço com essa desorientada que me tornei? Qual a estrada devo tomar? Nenhuma das opções que disponho me preenche. Socorro!!!!!!!!!!! Alguém pode me ajudar? Alguém pode empatizar comigo e prestar-me auxílio?!
Cada vez que me aproximo de uma janela em um prédio muito alto, sinto uma vontade louca de pular. Como se uma mão estivesse nas minhas costas afagando e uma voz suave falasse: PULE!

sábado, 13 de novembro de 2010

I'm not scared

Your life's a mystery, mine is an open book
If I could read your mind, I think I'd take a look
What have you got to hide? What do you need to prove?
You're always telling lies, and that's the only truth
What have you got to say shadows in the past?
 

sábado, 6 de novembro de 2010

O tempo das transformações. Quanto tempo levamos para mudar?

Você está aqui. Diante desta folha imaginária em branco, seus sentidos clamam pela escrita. É praticamente impossível dissertar sobre qualquer assunto sem que resvale em você. Deus sabe que o meu maior desejo hoje em dia, era poder superar tudo o que passou e lavar meu rosto para novas experiências.
Acredito do fundo de mim que um dia irei externar neste espaço, uma Daniela nova. Talvez, se comparada com aquela que inicou o exercício neste blog, eu já tenha me modificado deveras. Não quero negar minhas vivências nem apagar minhas memórias, apenas preciso sacurdir-me, tornar-me adulta diante do que aconteceu.
Tenho uma amiga que vive a  afirmar: se você quiser deixar para trás, se tomar esta atitude com verdade em seu coração, esteja certa de que esquecerá. Deus irá ajudar.
Sim, eu acredito em Deus e no que ela me diz, mas creio que aprendizados são, às vezes, como ferimentos graves, isto é, demoram para sarar. Não sabemos ao certo quando uma ferida cicatrizou, entretanto, um belo dia observamos que já não há mais o ferimento nem a dor. Acho que comigo ocorrerá o mesmo.
Até que este dia chegue, eu sigo pondo para fora, ressignificando e porque não dizer EXCRETANDO você de mim. Excreto pode semelhar a hiperbolização de minha parte, porém, se algo o faz sofrer e causa sigular incômodo, deve ser excretado.
Meus anseios começam muito lentamente a direcionarem-se a rotas diferentes. Quero poder ser mais criativa e oferecer a quem lê meus textos, algo mais instigante. Contudo, dependo do tempo, dependo de Deus.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Rica prosa que me dá oportunidade de estreitar em palavras o que vai dentro de mim e que é tão vasto!

Nada novo. Um dia como outro qualquer. Rotina. E eis que, de repente, uma onda de ternura me invade. Relembro fatos engraçados, doces reminiscências infantis e então, você surge. Sempre que realizo uma digressão que me leve a delicadezas, carinhos ou melancolias agridoces, lá está você.
Logo, o que era singelo, torna-se denso. Interessante observar que, apesar de ser muito profundo, o sentimento que existiu foi "all the time" carregado de uma meiguice inigualável em minhas ocorrências afetivas. Pradoxo.Você sinonimizou abjeta hostilidade com sui-generis afabilidade. Pelo menos dentro de mim. E é dentro de mim que você permanecerá. Ainda que os dias passem, que mudem as estações e que as rugas surjam cada vez mais amiúde, em mim, tenha a certeza, você continuará jovem e pleno.
E assim, levanto da cadeira e planejo banhar-me. Já despida, limpando as máculas de um dia enfadonho, me pego novamente pensando em você. E olho meu corpo e a água que dele escorre. Lembro dos teus braços a me envolver e das tuas mãos que outrora me acariciavam com avidez adolescente. Acabou, mas creia, em meus devaneios suas mãos ainda vivem a me tocar...Não, a loucura não se apoderou de mim. É só mais um dia daqueles em que mesmo sem saber onde está você, sei que está dentro de mim. Toujours!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Morta por dentro, em coma profundo ou induzido por mim mesma?

Não é por hoje ser Dia de Finados, mas tenho me encontrado bastante triste ultimamamente. Uma sensação nostálgica se apodera abruptamente de mim e pronto: não tardam, as lágrimas brotam umidecendo minha face já contristada pela circunstância.. Não tenho uma explicação una, suficiente e bastante  conviencente para o que se passa comigo.
Sempre fui extremamente emotiva, muito levada pela passionalidade, contudo, o turbilhão afetivo que tem me assaltado recentemente, difere de minhas outras vivências. Vem uma dorzinha de longe ( de proveniência inconfessável aqui), e ela vai se tornando robusta, vai se intensificando para em um instante determinado tornar-se insuportável.
Queria poder contar com alguém ou algo que explicasse e dirimisse essa sensação de importência diante de mim mesma. É estranho e ao mesmo tempo muitíssimo complicado tentar compreender a si própria. Nada do que pensemos a respeito daquela imagem que vemos todo dia diante do espelho de nosso quarto, é fidedigno ou plenamente confiável. Nossa versão da vida leva nossa assinatura, tem nossa tinta, é nossa matiz, nosso cheiro, nosso tato, nossa marca. Aquilo que meus olhos enxergam é o que desejam ver.
Preciso de distanciamento para compreender minha inquietação. Bom seria se me encontrasse e voltasse a andar do ponto em que estanquei.
 Não posso e nem quero aqui detalhar os motivos que me levam a esta reflexão. Minhas escritas são tão somente uma espécie de exercício interior. Jogo nesse espaço muito de meu ID, todavia, é sabido que meu EGO sempre procurará mediar o que sou e o que escrevo. Nenhuma novidade em tal fato.
Resta sempre a esperança de que O LEITOR auxilie e um dia produza um eco, uma resposta, uma afronta, qualquer coisa que me faça mudar.