sexta-feira, 25 de maio de 2012

Provisões de sexta-feira: Solidão + Ócio = Reflexões e Conclusões

E eis que chega a sexta-feira, esperada por tantos, por mim nem tanto (risos). Momento para descansar, pensar um pouco mais e calar (ainda que temporariamente) as ansiedades que se acumularam durante a semana.
Costumo fazer um lanche caprichado, tomar um banho mais demorado, atualizar as leituras e encerrar assistindo um filme legal.
Aproveitando os momentos que nem sempre tenho, faço análises de comportamentos e gestos meus e de outras pessoas que, de alguma forma, me chamaram atenção. Há alguns dias, tenho pensado em como nós nos machucamos com o intuito de machucar os outros. Como vivemos em função do pensamento alheio, como estamos cada vez mais asfixiados por nossa própria parvice. Observando o percurso de vida de alguns, fico chocada ao perceber que todos os sorrisos, as festas, as fotos, tudo consiste somente em  uma ânsia por provar ao mundo que Eu - Tu - Ele, enfim, Nós somos felizes.
Penso que  infelicidade da maioria dos indivíduos é justamente o desejo alucinando de querer provar e comprovar diante dos olhos do resto da humanidade inteira a sua anelada, porém falaciosa, felicidade. A regra proporcional por mim levantada é mais ou menos assim: Quanto mais desventurado se encontrar o sujeito, mais ele irá querer demonstrar a todos que o cercam  o quanto é/está ditoso.
As redes sociais se tornaram meio mais usado para mascarar  frustrações. No Facebook, por exemplo, todo mundo é afortunado,  amado, todo mundo tem uma vida perfeita. Mas nem precisa muita argúcia para se perceber que boa parte das pessoas que divulga suas vidas a cada trinta minutos - e estou sendo sutil nesse dado - está mentindo.
Fico me questionando o que leva uma pessoa a ficar bancando o"DJ da Rede", postando trilhas sonoras de corno durante toda a noite, incluindo noites de sextas-feiras (risos). Qual a razão que alguém pode ter para mostrar online e em tempo real a roupa que está experimentando no provador da loja de departamentos? Que necessidade de existir e de provar sua importância tem um sujeito que mostra a toda comunidade cibernética o prato a ser devorado por ele dalí a alguns instantes?
São pessoas machucadas, concluo. É tanta dor reprezada, tanto desprazer, que o transbordamento urge, uiva, grita!
 Os sentimentos opressivos são energias, ainda que, indubitavelmente, negativas, Estas torrentes precisam "desaguar", isto é, encontrar seu "escape" em algum lugar. Nada mais cômodo do que prostrar-se em frente a um computador e criar uma existência de faz-de-conta que dê conta de todos os sofrimentos não-resolvidos. Mas o mundo "inventado" por assim dizer, não existe/existiu ou existirá. A frustração só aumenta, o pus da alma fica mais perceptível. A mentira, nesse caso, existe para além de querer mostrar nossa bem-aventurança, ela é uma maneira de machucar quem nos observa. É como se disséssemos: Olha, como sou feliz e você não é! Igual fazem as crianças umas com as outras quando tem um brinquedo que as demais não possuem.
Só que com o objetivo de machucar aos outros, somos nós quem acabamos machucados. Quando o sono ou a tristeza nos vence e o logoff se aproxima, o que resta é unicamente um gosto acre na boca, silêncio e as luzes tristes do modem, provando que todo nosso mundinho depende exclusivamente de uma mísera tomada que liga, mas que também desliga a nossa existência. É assim que nos queremos??

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sim, eu sou tua amiga

Eu sou tua amiga A e tu nem o sabes.
Eu me preocupo com os teus sentimentos e sei que tua dores surgirão se é que já não existem. Eu sei de onde provém tuas chagas e poderia ser unguento para as tuas feridas, mas tu não me sabes, tu não o sabes, tu tão somente não sabes.
Conheço a tua intimidade, teus momentos de alegria já provei. Na verdade, eu já experimentei o que hoje és. Eu fui o teu "maintenant", mas tu não o sabes.
As tuas manhãs de ressaca, teus cigarros fumados inadvertida e passivamente - todos eles já traguei. O corpo que apalpas no teu cotidiano, aquele que pensas ser teu - este já foi meu - mas tu não o sabes, sequer sondas.
Os teus sonhos eu já sonhei, teus pesadelos eu já vivenciei e os sonos que dormirás eu já dormi. Teus finais de semana, teus passeios, tuas risadas em frente à televisão, por tudo isso já passei - Só tu não o sabes.
Eu não sou teu duplo, nem uma sombra tua, tão pouco tua moira.
Provavelmente tu nunca saberas quem eu sou e que existo aqui, igualzinha a ti.
Este texto não é reduplicação do teu id, é, pois, uma singela constatação de que todos nós em algum momento de nossas passagens por aqui, nos apropriamos (às vezes, injustamente, em outras não) da vida de outras pessoas e muitas delas nem imaginam que isso aconteça. Pessoas como tu, que nem o sabes.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Hoje encontrei esta raridadde no You Tube. Conheci tal música aos quatorze anos e, desde então, toda vez que tenho a oportunidade de tocar timidamente um violão, é ela que desajeitadamente executo. Esta melodia mora em mim.
Atenção: pois aos 3 mim e 48 seg que a música se faz sublime! Puro deleite!