segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Da série: mes bouleversements II

Sem explicações maiores, ondas de nostalgia começaram subitamente a atravessar meu íntimo. Coloquei o MP3 e deixei que Chopin tomasse as rédeas do festival da saudade.
E as lembranças foram aos poucos se somando. Primeiro meus vinte anos, minha doçuras, crendices e ilusões. Depois a proximidade com o "período balzaquiano", o descompasso com tudo que me cercava, vazia de ilusões, em busca de maiores sentidos para minha existência.
Então, uma claridade tímida penetra a janela de minha alma, me sinto viva quase que por milagre. Paira a benção do existir e do amor, no meu caso, quase sinonímios.
Porém, a vida é composta de ciclos, e repentinamente a chuva chega, e chove dentro de mim, uma inundação tão grande que verte água dos meus olhos. Meus soluços são o ar entrecortado pelas dores. Mas a eternidade por sorte é apenas um conceito no mundo dos humanos. Logo os ventos começam a soprar, e meus suspiros trazem com eles o sopro da vida, da pungência e da própria urgência da vida.
E secam as poças, florescem as margaridas. A nautureza entoa seu canto, em mim surgem novos encantos.

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