terça-feira, 4 de outubro de 2011

Que dia é hoje?

Acordei sem saber onde estava e nem que dia era hoje. Pisei no chão, e foi como se o que houvesse debaixo de meus pés não fosse resistente suficiente para me segurar de pé. Passei as mãos no rosto e não reconheci minha pele, meu cheiro não era familiar. Virei para trás e olhei para a cama em que havia dormido e me senti em local completamente desconhecido.Mais alguns passos e no espelho, não reconheci a imagem refletida. O que estaria acontecendo?
Dentro de mim, uma sensação de descolamento, talvez o vocábulo que  melhor expressasse fosse a palavra rompimento. Entretanto, não era como se eu estivesse perdida, tudo consistia tão somente em uma experiência diferente. Com se toda a vida que se iniciava no dia de hoje fosse surpreendentemente nova. O gole do café como outro sabor, a roupa vestida com outra textura, a mãe olhando como mais ternura. Até meu pai e sua harmônica soaram novos nesta manhã.
Quanto tempo aqui? Preciso aproveitar tudo...as pessoas, a vida, as bençãos...tudo.
Será que amanhã não vou me perder? Será que vou continuar sentindo o que sinto hoje?
Não tenho respostas nem para o minuto posterior a este que escrevo, então qual seria o motivo de querer saber o que acontecerá amanhã, na semana que vem ou no próximo ano?
Vou fruir...Do sorriso da minha sobrinha, do som da harmônica de meu pai, da amizade da Patrícia e nossos mais de vinte anos de caminhada pelas estradas às vezes tortuosas da vida, da amizade ainda virtual do Nilton, dos conselhos da Sueli, tão longe e sempre tão sábia, da afetuosidade da Keila e sua generosidade ilimitada, da beleza das orquídeas florescendo em meu jardim plantadas há tanto tempo atrás por minha querida avó. Ela se foi, mas seus pedaços floridos, floreiam e florescem a cada primavera. Quanto tempo tenho? Já não importa...Vou curtir tudo que posso. Vou dar muitas "curtidas" em meus amigos facebookianos, escrever emails cálidos aos que amo. Preciso que saibam o quanto importam pra mim.
Certa vez li em um livrinho de versos prosaico uma frase que guardei para sempre comigo. Dizia: "O orgulho é a ferragem da alma e o entulho do coração". É bem simples, e como tudo que é genuinamente singelo, também é sábio. Não quero orgulho, ele me amarra, me contém, me prende em um lugar onde não posso viver e desfrutar de quem sou e nem de quem são estas pessoas maravilhosas que me rodeiam.
Pra você que lê este texto, desejo luz, amor. Sou grata! De alguma forma, aqui chegaste e chegaste mais perto de mim. Obrigada pela proximidade, pelo calor que emanas, por ser tão humano quanto eu para ler estes excertos.
Vou aproveitar.Aproveite tb! De mim, de você, da vida!

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