quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

Mesmo quando o sol apresenta sua face, há uma impertinência sombria em mim. Ainda que o corpo exulte e meu rosto mostre um sorriso, cá dentro algo está procurando por acomodação.
Olho para minhas pernas, admiro meus dedos tortos e me enxergo gauche como meu poeta preferido.
Sinto-me confortável em meu desconforto, então.
Os adolescentes estão todos sentados, me olhando. Esperam que os traga a verdade do dia de amanhã, que os leve a compreender o que ainda lhes é confuso, oculto, melhor dizendo.
Tudo que digo soa estranho, pois estou descolada de mim. Meu títere é quem tomou a palavra.
Acaba a aula. A marionete volta à sua caixa.
Amanhã, outro espetáculo, espetando meus nervos!

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