segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mentir para quê?

Já escrevi sobre a mentira neste espaço. A abordagem foi um pouco diferente da que pretendo fazer agora.
Manifestei ,outrora, bem mais indignação (por assim dizer) com as patranhas, do que com os efeitos propriamente ditos das mesmas na vida de cada um de nós.
Realmente, acho que o ato de mentir só dificulta as coisas. Quase sempre, quando o indivíduo engana, está tentando se ver livre de alguma situação que está complicada ou gerará embaraços para ele. Ocorre que ludibriar frequentemente aumenta o problema. Cria-se uma mentira para encobrir outra e os efeitos são de uma avalanche. Viver, neste caso, torna-se um ato perigoso, necessitando-se de uma sagacidade fora dos padrões. O sujeito se transforma em uma enguia de seus próprios dizeres. Contornando sua fala  aqui, escorregando ali...cuidando acolá... O desgaste é enorme, as energias dispensadas para "manter" uma falácia são volumosas.
Ao final, se fizermos um balanço com base em nossas perdas e ganhos , veremos que nosso saldo, via de regra, será negativo, ou seja, mentir não vale a pena. Foi o que depreendi ao longo destes meus trinta e sete anos de existência.
A verdade pode até momentaneamente ser embaraçosa, mas ainda aposto nela. É soberana, não requer artimanhas, se mantém no tempo infinitamente...
Gosto de me sentir leve, de não debitar nada na extensa folha de razonetes da vida. Aprecio a lineariedade de atitutes, sejam minhas ou de quem me cerca. Não deslizo em meus dizeres. Minha formação discursiva pode se alterar, mas meu interdicurso tem mais constância, é mais amplo e nele todos meus dizeres se encontram, se abrigam. Aff, obrigada AD, por me fazer um sujeito discursivo diferente, cheio de falhas, mas com opacidade suficiente para sustentar meus discursos!

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