quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Da série: mes bouleversements


Eu sou meio estranha...Há dias em que nada me dá mais prazer do que ficar só, calada, pensando em tudo. Hoje me sentei no degrau da porta aqui de casa, e passei longos momentos só refletindo.
Não contei no relógio quanto tempo durou minha reclusão meditativa, entretanto, foi suficiente para fazer surgir inúmeros questionamentos novos. De posse de novas indagações, irei necessitar de mais tempo de introspecção. E desta maneira transcorrem os dias em minha vida.
Antes, não percebia que a urgência de instantes só meus fossem tantos e tão freqüentes. Contudo, depois dos acontecimentos dos últimos meses, meu idílio intelectual tem se intensificado.
Primeiro, um abalo praticamente sísmico no meu coração, depois meus limites geográficos foram questionados, agora valores éticos postos à prova. Ufa!!! Não há como não parar e reestruturar suas convicções diante de tantas mudanças.
Em meio às perguntas, algumas respostas já pude depreender.
Sou mais flexível do que imaginava. Entendo mais do que pensava entender, por conseguinte, compreendo mais do que supunha compreender.
Posso perdoar e amar com menos limitações que a maioria das pessoas, e tais inferências são extraídas de minhas análises de outros seres que comigo conviveram ou convivem.
Entrementes, decisões sérias tomei: não deixo meu estado nem minha cidade sob hipótese nenhuma. Tudo que mais amo e prezo está neste pago. Daqui ninguém me tira!
Descobri também (ainda que um pouco tarde) que a profissão por mim escolhida, é de fato aquela que exercerei pelo resto de meus dias. Amo o ofício de dar aula. Estou convencida disto. Poderei até me dedicar a outras carreiras paralelas, se tempo e saúde me sobrarem, mas ser professora será sempre meu “status quo”.
As partes negativas advindas dos momentos meditabundos me assinalaram que sou meio presunçosa, às vezes. Possuo paradoxos neuróticos, em que oscilo de insegurança lacônica ao exibicionismo verborrágico. Fazer o que... Ninguém é perfeito! Preciso aceitar meus defeitos, procurar melhorar o que puder e viver sem muita culpa.
Até aqui o exercício ainda se encontra sob forma de esboço. Bastante primitiva minha análise e cheia de lugares-comuns, eu sei.
Mas aposto no burilamento, que só o esforço, o treino, e o tempo conferem aos que se dedicam nesta árdua tarefa.
É pensar, formular, constatar, escrever e ler!

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