quarta-feira, 12 de junho de 2013

Do filme "Asas do Desejo"...

"...Primeiras gotas de chuva.
O sol.
O pão e o vinho. Ter esperança.
Páscoa. As veias das folhas.
A grama ao vento.
A cor das pedras.
As pedrinhas no leito do rio.
A toalha de mesa lá fora.
O sonho da casa dentro da casa.
O ente querido dormindo no quarto ao lado.
O domingo pacífico.
O horizonte.
A luz do quarto no jardim.
O voo noturno.
Andar de bicicleta sem mãos.
Meu pai.
Minha mãe."

terça-feira, 11 de junho de 2013

Acredite, as coisas estão em seus lugares...

Desde o princípio e todo tempo as coisas são como devem ser. Algumas vezes, nos vem a sensação de que tudo está errado e fora de lugar, entretanto, isso é falso!


Quando o apagamento da consoante ocorreu eu já sabia, mas precisei que esse deslize acontecesse diante de meus olhos para  que meu intelecto finalmente processasse a minha falha. Sim, a falha foi  minha e não sua, apesar da gafe ter sido cometida por você.
Foi como se a consumação da regra ortográfica de M antes P & B fechasse seu ciclo.  Agora, foi o SEU crasso erro que me libertou da MINHA outrora crassa dor. Senti-me livre!
Pude olhar para o alto, respirar cheia de confiança e sentir a inquietação do amor-próprio fustigar meu íntimo novamente. Fazia já tanto tempo..


Entrei na grande sala repleta de convidados e estampei meu mais colorido sorriso. Todos aqueles intelectuais me recebendo em uma ensolarada manhã de domingo e eu solta de mim. Estaria sonhando? Lembrei de sua elipse constrangedora, e de como esta  deixara ver sua sofrível falta de cultura formal (leitura, mais propriamente dizendo). Minha aparente crueldade me  trouxe  identidade, e de reboque felicidade.


Da esquerda para a direita as idades cronológicas eram descendentes,mesmo assim somadas as vivências teríamos muitos séculos. Confesso que tão logo adentrei o recinto, pensei tratar-se de uma Gerúsia. O anfitrião, um homem cheio de afabilidades, veio ao meu encontro, abraçou-me, passou a mão em meu rosto e sorriu aceitando-me de pronto em seu elevado círculo. O gesto dele  fez lembrar  minha espontânea afeição pelos anciãos. Gosto dos mais velhos, pois quando a senilidade não lhes turva as percepções, o que dizem revela grandes ensinamentos.

O almoço foi servido em lindas pratarias d'além mar. Nos entremeios, licores bacorosos foram oferecidos, os quais não sorvi por absoluta falta de tempo. Por certo, fui  marionete na luta desigual de chronos e kairós. Mas dessa vez não me importei , pois o momento foi sublime.

A refeição aconteceu. Todos sorrindo, vez por outra algum deles mimava-me perguntando acerca de minhas preferências. Refleti:  Já não me importam mais os panos de cozinha, quando o que tenho são grandes mentes a me oferecer prontamente seus saberes.

Quando chegou a sobremesa, era já o momento de uma concomitante comemoração pela passagem de anos daquele meigo e soberano senhor . Enquanto entoávamos os parabéns, eu sorri pela vida daquele longevo homem e pela minha própria longevidade. Feliz por ter permanecido viva, apesar dos tropeços que tive até hoje. A comemoração também foi minha.

Na saída, recebi  carinhoso abraço de mais uma elevada alma entre tantas ali presentes. Ele - um artista em palavras, gestos e diálogos. Pediu que fosse prudente, e sua melancolia comunicou à minha que jamais nos esqueceremos um do outro. Seus opacos olhos me pareceram velas quase se apagando em um candelabro antigo. Abracei com carinho aquele corpo franzino, ressentido pelo preconceito social. Restou a esperança de breve nos revermos!

A vida se move, porém, as coisas sempre estão onde deveriam estar!

sábado, 1 de junho de 2013

Sinto saudades do tempo em que o abraço apertado da minha mãe era a solução para quase todos os meus problemas. Hoje, quando ela me consola, meu choro só aumenta, pois sei que nada do que me aflige está ao alcance da sua ajuda.

E estou muito triste para que somente abraços me confortem.

Vida que anda pra trás!