segunda-feira, 3 de maio de 2010

Aceitar ou aceitar?

A gente nunca quer deixar-se RESSUMBRAR, mas às vezes, isso ocorre meio contra nossa vontade. Eu mesma, quantas milhares de vezes tentei me esconder e pateticamente, aí é que mais me revelei.

Sim, eu ando fugindo, mas quem não foge de alguém ou de alguma coisa?! Creio que o mais difícil da vida seja ACEITAR. Estamos “all the time” buscando transformar, resignificar, modificar, converter, mudar, alterar, mas ACEITAR, raramente queremos. Pior: nem nos damos conta dessa teimosia, tão intrínseca ela nos é.

Mas você já parou pra pensar que se aceitasse mais e melhor as pessoas e os fatos, talvez tivesse uma qualidade de vida bem superior àquela que anda levando???

Hoje pela manhã, diante do dilema sobre o que vestir, eu formulei a mim mesma este questionamento. Se eu aceitasse as roupas que tenho como boas e suficientes para mim, problema algum sequer existiria. Saí do campo semântico da moda (risos) e espraiei minha reflexão.

Não aceito minha profissão, meu cotidiano, meus amigos, não aceito minha família, não aceito nem meus sentimentos. Não aceito meu AMOR!!! Maior absurdo que esse impossível. Pois é...

Depois de lerem tudo isto, muitos estarão convictos de que sou uma intransigente incurável, mas humildemente me analisando, acho que não. Sou medíocre nesse aspecto, isto é, estou na média, muito semelhante à maioria das pessoas. Inconformada, buscando todo o tempo por algo que AINDA não possuo, mas que vou me esfolar para obter. Seqüelas capitalistas? Pode ser, mas o foco não para por aí. Não é uma contingência financeira a incapacidade de aceitar, é algo além, que não sei ao certo onde teve início e nem quando findará (se é que isso acontecerá). Alguns irão colocar a inconformidade como INQUIETAÇÃO e assim exaltar sujeitos que não se contentam com o que são ou tem, e lutando, chegam a lugares/posições privilegiadas. É fato que a vontade nos motiva e que a inércia nos mata, mas aceitar dentro do que estou propondo não seria nem uma coisa e nem outra. Aceitar se constituiria em uma entrega feliz, como se enchêssemos nossos pulmões de ar e simplesmente deixássemos a vida penetrar por todos nossos poros. Só aceitar, entende?!

Com isso não estou polemizando, propondo a saturação de sentidos, aceitação de imposições cruéis, absurdas e até mesmo fascistas. Não, não é isso. É aceitar como forma de amor. Aceitar enxergando um caminhão de erros e continuar lutando por aquela pessoa ou por aquele projeto. Aceitar, não desistindo de lutar, pelo contrário, encarando a ACEITAÇÃO como uma “peleja das boas, tchê!”

Enxergar no ato de aceitar muito mais um RECEBIMENTO do que uma forma de subserviência. Talvez isso fizesse nossos dias um “cadinho” mais prazeirosos, pois não?!

É só uma sugestão, mas creio que valha a pena pensar sobre.

Abraço

Nenhum comentário:

Postar um comentário