sábado, 13 de agosto de 2011

Sonhos

Hoje despertei ainda meio onírica. Cheia de sensações fluidas e evanescentes. Nos últimos dias estive bastante adoentada. Talvez, a noite passada tenho sido a primeira de muitas sofridas noites em que consegui finalmente repousar. E meu inconsciente agradeceu... Perpassaram meu dormir inúmeras imagens, que para um psicanalista, por certo seriam um bom material de estudo.
Pude voar, ter êxtases ao ver as estrelas de perto, maravilhar-me com um simples fluxo d'água!!! Foram sensações tão boas, diria mesmo sublimes. Fui leve, pairei como uma pluma levada pelo vento, arrebatei-me ante a visão das árvores pendendo com o movimento produzido por brisas cálidas de outono. Quando me aproximei do chão, mergulhei na terra que nos sustenta. Enxerguei raízes, respirei sem oxigênio e mantive meu sorriso de deslumbramento. Tudo brilhava e resplandecia. O verde da grama era mais reluzente. O gato se lavando ao sol, a delícia do calor depois de tantos dias de úmidade intensa. Quem sabe os fungos do meu íntimo estejam se dissipando? Quem sabe prazeres novos estejam próximos?
Não sou muito mística. Não creio em interpretações de cunho não-científico. Todavia, a suavidade do sonho que tive, me inebriou  de tal maneira, que ainda experimento a sedução pelos prazeres do sono passado. Todo mundo deseja voltar para um sonho agradável, eu também... Poucas ocasiões me senti assim, e não me lembro de em nenhuma vez ter o prazer pelo prazer, sem apelos de carnalidade, sem atiçamentos de qualquer tipo.
A doçura por ela mesma. Nada de arroubos sexuais, nada de atrações limítrofes. Somente a serenidade e o encantamento de ser filha de Deus! Só mesmo a alegria da certeza de que Ele existe. Vitreas sensações, prismadas emoções em um reflexivo e (reflexado) coração. Sei que a rima é pobre e a colocação de medíocridade sofrível, contudo, depois da fantasia de uma boa noite de sono, tudo que for aqui discursivizado soará  menor!
Não vou tentar aprisionar com palavras o que meu espírito solto experienciou. Perderia com isso toda a utopia, e certo também é que jamais conseguimos lembrar a totalidade de nossos devaneios noturnos. Eles não tem início e nem fim. Melhor seria se deixássemos que análogo percurso guiasse nossa vida quando acordados.

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