sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Rica prosa que me dá oportunidade de estreitar em palavras o que vai dentro de mim e que é tão vasto!

Nada novo. Um dia como outro qualquer. Rotina. E eis que, de repente, uma onda de ternura me invade. Relembro fatos engraçados, doces reminiscências infantis e então, você surge. Sempre que realizo uma digressão que me leve a delicadezas, carinhos ou melancolias agridoces, lá está você.
Logo, o que era singelo, torna-se denso. Interessante observar que, apesar de ser muito profundo, o sentimento que existiu foi "all the time" carregado de uma meiguice inigualável em minhas ocorrências afetivas. Pradoxo.Você sinonimizou abjeta hostilidade com sui-generis afabilidade. Pelo menos dentro de mim. E é dentro de mim que você permanecerá. Ainda que os dias passem, que mudem as estações e que as rugas surjam cada vez mais amiúde, em mim, tenha a certeza, você continuará jovem e pleno.
E assim, levanto da cadeira e planejo banhar-me. Já despida, limpando as máculas de um dia enfadonho, me pego novamente pensando em você. E olho meu corpo e a água que dele escorre. Lembro dos teus braços a me envolver e das tuas mãos que outrora me acariciavam com avidez adolescente. Acabou, mas creia, em meus devaneios suas mãos ainda vivem a me tocar...Não, a loucura não se apoderou de mim. É só mais um dia daqueles em que mesmo sem saber onde está você, sei que está dentro de mim. Toujours!

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