domingo, 15 de abril de 2012

Confusões

As pessoas confundem amor com as mais variadas sensações. Elas admiram e julgam amar, elas tem culpa e pensam que amam, até mesmo odeiam e acreditam amar visceralmente. Aliás, desconfio demasiado de visceralidade e entranhamento quando se disserta sobre amor.
Mas quem quer de fato saber o que eu penso sobre isso ou aquilo?
Aqui eu escrevo quase sempre para mim, para que releia e talvez possa me entender em algum momento desta minha pífia existência.
Já fui desprezada quando me diziam que eu era alvo de amor, já fui humilhada quando tudo que esperava era o respeito que só o amor confere, já acreditei que era aceita, mas tudo o que existia na outra pessoa era remorso.
Nunca exigi exprobação, somente desejei ser AMADA.
Depois de quase quarenta anos de existência, conclui que amor é um sentimento muitíssimo raro. Ele é raro mesmo que seja de pai, mãe, irmãos e outros entes onde os laços nos semelham indefectíveis.
Gaiarsa tinha razão... Amor e ódio inúmeras vezes se fundem em um só sentimento. A associação entre um e outro é tão homogênea, que às vezes não há como perceber aquilo pelo qual somos/estamos embuídos.
Eu mesma fui marchetada de tantas maneiras. Em mim existem dores que frequentemente traduzem-se em sorriso.
Todas as noites quando adormeço, sonho com os corredores de uma das escolas em que estudei. Lá, onde sorri e fiz bons amigos, meu subconsciente libera toda a dor que guardei da época de criança. E meu peito explode em um pranto incontido. Vejo uma escola vazia, escura e meu choro faz eco. Estou sozinha e tudo que ouço é meu próprio lamento.
É a dor escondida na alegria, naquilo que houve de mais bonito em uma vida, e que também pode ser o mais aziago.

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