quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Feriado de Carnaval. No meio da madrugada sinto uma vontade imensa de sair correndo pelas ruas desérticas e silenciosas de Porto Alegre.
Ao meu redor tudo está tranquilo, mas eu sinto medo. O pavor é tão grande e tão real que começo a chorar e, lentamente, as lágrimas vão enxarcando o travesseiro. Logo minhas narinas obstruem e dou início a uma sequência de fungadas...Ele me pergunta se estou bem, ao que apenas respondo com um meneio.
Levanto da cama. No caminho para a cozinha, observo a claridade que vem do outro quarto. A janela está semi-aberta e pode-se ver as luzes do hospital e a avenida onde alguns automóveis eporadicamente passam. Eu chego no peitoril e me escoro para receber a brisa da noite em meu rosto.
Penso  na minha vida e nas mudanças ocorridas de maneira intensa e abrupta. Apesar da rapidez dos acontecimentos, não acho que esteja percorrendo a trajetória errada. Não me sinto inadequada.
O medo é que me corroi agora. Temor da vida adulta, das responsabilidades, das escolhas e da provisão do sustento próprio.
Então, dirijo-me até a cozinha. Tomo um pouco d'água.
Volto para o quarto guiada pela claridade que vem da rua. O guarda do bairro apita para respaldar sua vigilância.
Deito. Ele suspira, toca no meu braço e segue a dormir.
Meu medo continua. O relógio está marcando 4h. Fecho os olhos e quando torno a abri-los são 4h e 3min. O tempo não passa. O tempo passa. Suspiro, mudo de lado, adormeço.
O medo acaba.
Quando reabro os olhos o dia já clareou.
O medo volta.

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