terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não era uma pedra no meio do caminho...

No meio do meu caminho não havia uma pedra, mas uma placa de PARE. Fui obrigada a estancar. Olhar para os lados, para trás e para frente. A interrupção no percurso me obrigou a respirar, pensar, reelaborar e querer .
Tentei dar um passo, mas a placa ainda me susteve. Sentei no chão. Cruzei as pernas e ergui os braços aos céus num arremedo de pedido de socorro. Sentia que sufocava. Não sabia o que fazer. Meu direito de ir e vir naquele instante, se encontrava tolhido. O desespero quis se apoderar. Precisei respirar fundo. Acalmei um pouco.
Estava tudo ali, do mesmo jeito. Eu, a placa de PARE e todas as direções possíveis, entretanto,  permaneciam sistematicamente interditadas para mim. O que fazer? Está tudo aqui, na minha frente, pensei, mas estou proibida de seguir.
O fato me incomodava, causava revolta, ódio mesmo. Eu queria sair, queria prosseguir, necessitava andar.
Respirei. Pensei: tudo é uma questão de tempo, não importa qual seja, esse mesmo tempo que me impede de avançar, também será um dia, aquele que estará a me empurrar. Se serei lançada pra frente, para os lados ou para trás, isso pouca ou nenhuma diferença faz ou fará. Certo é que nesse estado não me manterei eternamente. Compreendi que o tempo só carecia de uma boa elaboração. Então eu QUIS. Foi quando, subitamente, tive a certeza de que as barreiras seriam transpostas. Enxerguei a placa à minha frente, mas nela as palavras agora eram outras. Estava escrito VÁ.
Eu fui. Tinha de ir. A vida me chamava!

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