sexta-feira, 4 de junho de 2010

A fugacidade das pessoas e da vida...

Sim, eu sei que aborrecimentos fazem parte da vida e que até mesmo se aprende com eles. Entretanto, a parte mais difícil desse nosso “quinhão de origem”, é a perda da confiança em quem devotamos amor e amizade.
Como é doído quando acreditamos em alguém e de repente a pessoa nos trai, sem razão aparente, sem nenhuma lógica ou motivo que explique determinado acontecimento. De certa maneira, uma amargura nos invade e até que consigamos “digerir” o ocorrido, muito ressentimento se acumulou em nosso coração. Quem teve amigos e amores que grandemente considerou, saberá ao que me refiro na narrativa do personagem a seguir.
Aos leitores, desejo uma boa sessão empática, catártica e o que mais queiram. Minha ou sua MOIRA (risos).


Estela – “Estrela candente que se tornou decadente!”.

Talvez eu seja prosaica, talvez não compreenda os valores das pessoas que compõe meu cotidiano, talvez minha natureza seja demasiado “sonhadora” (beaucoup de rêves), ou quem sabe seja apenas uma questão de excesso de rigidez em meu caráter. A verdade é que quando a decepção se apodera de mim, dificilmente consigo voltar a ser o que era (isso no que tange a questões interpessoais de um modo geral).
Estela era uma figura sui-generis. Sempre pronta a ajudar, ela era o protótipo da amiga perfeita, aquela que todos nós buscamos tanto em momentos de regozijo como de extrema dor.
Foi minha “tábua de salvação” incontáveis vezes, contornou comigo situações incontornáveis. Escorou minhas mágoas e foi platéia de meus sucessos. Um belo dia, tudo acabou... E notem, não arrefeceu, não diminuiu gradativamente de intensidade. Não, nossa amizade em um golpe abrupto se extinguiu. Ainda hoje não entendo o motivo (ou os motivos) direito.
Conhecemos-nos na adolescência. Estudamos juntas, depois seguimos caminhos diferentes, mas sempre procurávamos cultivar aquilo que achávamos ser uma amizade eterna. Todos os anos, por mais difícil que fosse, providenciávamos um espaço em nossas agendas para um encontro com intuito de PASSAR A LIMPO os acontecimentos mais significativos em nossas vidas. E como uma decorrência prevista e esperada em nossas existências, um dia conheci alguém que amei e com quem resolvi dividir meu teto. A princípio, Estela me apoiou e vibrou com minha felicidade, contudo, como os dias fossem passando, notei que os silêncios entre nós tornaram-se silenciamentos. Quero afirmar com isso que nossas caladas suspensões transformaram-se em ausência absoluta de ruídos, tanto de reivindicação como de identificação. Estela sumiu. Não respondia meus e-mails nem atendia meus telefonemas. Determinada ocasião, faltou-lhe tempo para nossas “tricotagens” e foi então que percebi que tudo havia acabado. Todavia, mesmo sentindo que as coisas precipitavam-se para um final melancólico, ainda insisti e lutei por algo que pensei ser genuíno. Convidei minha amiga para uma “despedida de casa”, afinal eu deixaria de morar com meus pais para ir viver com meu AMOR. Minha ESTRELA-AMIGA mudou de brilho. Pela primeira vez, a vi chorar de dor. Uma dor de fundo indefinido. Misto de inveja e rancor. Não aceitou vir à minha casa. Não quis despedir-se de mim, mesmo que isso fosse só no plano espacial (pois eu estava disposta a continuar lutando e mantendo nossa amizade).
Parti com coração partido. Ganhei uma vida nova e perdi uma amiga. De certa forma, perdi uma parte de minha história e com tal evento foi-se junto um pedaço de minha complexa razão de ser. Minha “Amiga-estrela-Estela” deixou de ser candente. Alguns anos mais tarde, entendi que ela sempre fora tão somente um asteróide, com pontas perigosas que feriam não apenas àqueles que a cercavam, como também a si própria. Fui traída em meus sentimentos fraternais. Minha amiga e nossa amizade evaporaram. NEM TUDO QUE RELUZ É OURO – NEM TUDO QUE BRILHA É ESTRELA CADENTE - OS ASTROS QUE PARTCIPAM DE NOSSA JORANDA PODEM SER DECADENTES.

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