sexta-feira, 24 de junho de 2011

Túnel do tempo

No que ela pensava?
Em como seria sua vida dalí há alguns anos, se seus lábios diminuiriam de tamanho, se deixaria de tomar remédios, se seu cabelo cresceria, quando deixaria de usar óculos (apesar de na foto não estar com eles), e se ela fosse um cachorro??!!...
Ela escondia-se atrás da porta do quarto para chorar. Passava os dias quase sem se alimentar. Detestava refeições. Apertava os dedos  contra os ouvidos para não precisar escutar o barulho da humanidade. Amava folhas em branco e linhas de carderno clamando por palavras. Brincava com um pé de sofá antigo como se este fosse seu microfone. Sonhava em ser jornalista e conhecer o mundo. Queria falar muitas línguas. Ansiava por  ter uma vida absolutamente independente. Desejava ardentemente não obedecer ninguém. Não se enxergava como criança. Abominava ordens sem maiores explicações. Fugia  para o banheiro e se pindurava no porta-toalhas para poder dar vazão ao ódio que tinha de todos. Chorava quando diziam que ela era importante. Gostava de si mesma. Não gostava de pensar que um dia deixaria de ser como era. Tinha fortes dores de cabeça. Queria ficar curada do que era, apesar de não entender o que com ela havia de errado...
A menina continua procurando por várias destas respostas. Às vezes, ainda gostaria de ser um cachorro, não usa mais óculos para hipermetropia, seus lábios diminuíram. As perguntas jamais a abandonaram, assim como também os remédios. Além dos medicamentos, suas palavras também lhe servem de socorro. Até que...

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