sábado, 12 de março de 2011

Agulhas

As agulhas estão lentamente saindo de mim. Elas brotam em minha fronte, ao redor de meus lábios e até mesmo em minha língua. Descolam-se de mim querendo com elas carregar algo que jamais poderão levar.
Minhas agulhas não transportam minha dor, elas mudam a direção de minha agonia. Saindo de meu corpo físico, não desaparecem como por passe de mágica. Elas mostram-se aos "de fora", contudo, nada garante que não retornarão a seu espaço original, isto é, eu mesma.
Será que minhas agulhas são parte de mim, será que são eu mesma me desprendendo, me fragmentado, fragmentando minha dor???!!!
Peço desculpas! Não consigo ser diferente. Queria que meus acúleos metálicos não fossem tão nocivos aqueles que me cercam. Peço desculpas! Tento dar a ti tudo aquilo que te julgo merecedor, entretanto, as agulhas estão sempre a provocar minha angústia, assim, jamais sou boa, jamais sou sufiente, jamais sou plena.
Peço desculpas! Minhas agulhas não precisam ser tuas agulhas.

Um comentário: